Fã de Raul e de mim!
Carteirinha de Raul Seixas do fã-club de Elvis |
Para o fã, o ídolo equivale a um Deus,
eterno e inatingível até mesmo pela morte. E, numa tentativa de se identificar
e demonstrar essa identificação com o adorado, o adorador muitas vezes exagera
com atos como tatuar imagens ou nomes em diferentes partes do corpo, faz ofertas
inusitadas, acampa horas sem conforto em lugares estratégicos e até tem atitudes
truculentas com os seguranças e contra a própria vida, mudando hábitos,
costumes e valores para ter uma maior identificação com o ídolo. Vale tudo para
confirmar o ‘amor incondicional’.
Isso começa pois há uma necessidade
inconsciente do ser humano em criar ídolos, até mesmo para viver melhor. Por exemplo
o que ocorre na adolescência: sonhamos com ídolos, pois podemos amar de forma
plena, com uma entrega total, sem corrermos o risco do abandono. Podemos
entender isso como uma fuga da
realidade, como uma tentativa de amenizar as frustrações, ou seja, diante de
algo que não gostamos, ou não nos satisfaz, procuramos algo que, apesar de
ilusório, nos agrada.
Os jovens
sempre elegem um ídolo a seguir, seja pelo motivo que for, esteja o ídolo vivo,
ou morto. Quando a mensagem que esse ícone passa reflete de alguma forma na
vida do jovem, esse a abraça e a leva, imortalizando cada vez mais seu ídolo.
Sylvio Passos e Raul Seixas |
É muito comum
esse amor incontrolável por um ídolo na juventude, muitos o levam para sempre,
mas geralmente o fanatismo surge ou explode na juventude, pois é nesse momento
que existe uma grande disposição em acompanhar seu ídolo em shows, eventos,
ideias de homenagens e etc.
Um eterno ídolo é Raul Seixas, que 25
anos após a sua morte, continua reunindo fãs e seguidores, os chamados “malucos
beleza” ou “raulseixistas”.
Títulos?! Rótulos?! Fãs de Raul não
curtem isso, até o próprio cantor, quando
vivo, não gostava do termo
“raulseixistas”, denunciando que os fãs o viam como um guru, um Deus, um
salvador da pátria, como conta Sylvio Passos, fundador do fã-clube oficial de
Raul Seixas. “Eles não entenderam que,
pela filosofia de Raul, só ele poderia ser ‘raulseixista’ e cada um deveria
buscar sua própria filosofia de vida, seria praticamente uma sociedade
anarcoindividualista. Eu acredito que, para quem compreende de fato, a coisa no
todo remete a isso: Você ser a sua própria religião, seu próprio país, ser o
centro de tudo sem prejudicar os outros e nem querer ser melhor do que
ninguém”.
Apesar de muitos gostarem da definição “Malucos Beleza”, uma vez que a ‘Sociedade
Alternativa’ de Raul Seixas e Paulo Coelho era uma desculpa para ser maluco e
abusar do álcool e drogas, para Sylvio Passos, a idéia de uma Sociedade que
incentivava a autenticidade era interessante, essa seria a melhor ‘definição’ “autenticistas” para os “Malucos Beleza”. Assim,
cada um tem liberdade para decidir o que é e como quer ser chamado, e que
maluco mesmo é quem não tem coragem de ser o que é.
Curtam nossa página, malucos beleza!!!!
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