Vintage XXI

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            Quando pensamos em vintage nos prendemos ao velho, ao antigo e ficamos com a sensação de que o passado é melhor que o presente, nos esquecendo de algumas influências da atualidade que também trouxeram esse estilo de uma forma modernizada, mas não perdendo sua essência. Tanto na música quanto na moda temos alguns exemplos como Amy Winehouse, Alex Turner (vocalista da banda Arctic Monkeys), Jake Bugg, Taylor Swift, Katy Perry, Lily Allen, Bruno Mars, entre outros.
            Se focarmos em um ícone como a Amy Winehouse identificaremos que durante sua carreira ela explorou a sensualidade, mas não a vulgaridade, à exemplo das pin-ups das década de 50 e 60. Já sua música foi influenciada por artistas da época, como o girl group The Ronettes, Marvin Gaye, Chuck Berry, Sam Cooke e muitos outros artistas que influenciam a cultura vintage. Outro artista influenciado nas suas letras e musicas é o jovem cantor inglês Jake Bugg, com sua sonoridade folk que nos remete a Beatles, Johnny Cash, Johnny Rivers e também muitas outras referências importantes.
            A cultura vintage está muito presente desde a música que ouvimos até o jeito que nos vestimos e como nos comportamos, é um universo grande e paralelo à realidade que vivemos e vivenciamos, pode se dizer que vintage nada mais é do que adequar o “velho” ao presente, unir o passado ao moderno, reinventar o que já marcou uma época especial para grande parte da sociedade no mundo inteiro e fazê-lo existir em pleno século XXI, o que foi bom nunca deve deixar de existir e ser lembrado.


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A juventude das aparências.

04:49 0 Comments

O jovem tem sempre uma maneira peculiar de se relacionar com diversos temas, nessa idade muitos formam suas personalidades de acordo com o que melhor lhe condiz em determinada época, não é à toa que nessa fase a maioria passa por muitas mudanças, sempre buscando um meio de se encaixar, fazer parte do ambiente social em que vivem. Assim vão surgindo as diversidades, que vão muito além do cabelo, das roupas, modo de falar, lugares que frequenta...

Ao longo do tempo eles foram ficando cada vez mais característicos, muitos movimentos foram surgindo, alguns positivos outros nem tanto. Nos anos 60 o movimento Hippie deu voz a muitos jovens da época, marcado pelo lema “Paz e Amor” o movimento se disseminou para o mundo nos anos 70 e foi ganhando cada vez mais adeptos. Os Hippies se intitulavam como pessoas interessadas em acabar com a guerra, inclusive a que o que seu país vivia, a Guerra do Vietnã. Buscavam levar mensagens que pregassem o amor ao próximo e também o “Amor Livre”, uma prática de atividade sexual bastante libertária.


Caracterizados pelos cabelos de dreads, roupas 
coloridas, práticas nômades, a princípio, à intenção era deixar de lado qualquer tipo de participação no capitalismo, todos “trabalhavam” por todos, vivam da agricultura de subsistência, todas as decisões dentro da comunidade eram tomadas em conjunto, e o comércio entre os moradores era realizado através da troca. Mas, na prática, foi muito difícil não se deixar influenciar pelo capitalismo, e o movimento que lançou cantores glorificados como Janis Joplin e Jimi Hendrix, e teve como marco histórico o festival de Woodstock, foi perdendo sua força, até porque foi muito relacionado ao uso de drogas alucinógenas e também ao consumo de maconha.




Nos dias de hoje, muitos jovens ainda se dizem adeptos do movimento hippie, mas muito de sua cultura se perdeu ao longo dos anos. A juventude muitas vezes interessada em “impressionar” se esquece dos conceitos comportamentais, das ideologias e se importa apenas em demonstrar, ou seja, deixar aparente que são de determinado movimento. É normal que todo jovem passe por transições, para melhor se “adequar”, mas ele tem um papel muito importante na sociedade e tem de exercê-lo além de só mostrar um estilo. Quando se é jovem é preciso inovar, revolucionar, assim como o movimento hippie fez, para lutar por mudanças no país, e até mesmo no mundo.

A juventude que vemos hoje é a que busca aparentar e não agir, mas, se é importante, e inevitável, fazer parte de grupos de interesse em comum, por que não lutar por causas em comum? Sejam hippies, funkeiros, roqueiros, os jovens precisam assumir o papel de futuro da nação e trazer assim boas ideias em prol do desenvolvimento da sociedade. 



Letícia Ribeiro.


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O lado positivo e o negativo do esporte

18:26 0 Comments

Tudo nesta vida possui um lado bom e um lado ruim. Essa dualidade das coisas é totalmente natural. Yin e yang, bem e mal, claro e escuro. No caso do Parkour, apesar de trabalhar tanto corpo quanto mente, alguns riscos estão associados à sua pratica, tais como lesões, ossos quebrados e, dependendo do grau de adrenalina que se quer obter, a morte.

Mas como o objetivo do esporte é justamente o Ser e o Durar, ele ensina a refletir sobre nosso corpo e mente, conhecer nossos limites para poder superá-los, vencer nossos medos. Para isso é importante sempre se questionar: “Eu estou pronto para isso?” “Como preciso treinar para alcançar este objetivo?”

Muito da filosofia do Parkour se baseia na superação do corpo, enfrentar os medos e vencê-los. Basicamente uma palavra: superação.

Para algumas pessoas o Durar não é nada sem o Ser. De que adianta viver sem correr riscos? Sem conhecer seus limites? Já outras preferem muito mais o Ser e acabam esquecendo do outro, muitas vezes treinando em demasia e ocasionando lesões sérias, o chamado over training, que resumidamente é o ato de fazer mais exercícios do que o seu corpo é capaz de se recuperar. O mestre Akira já sofreu algumas lesões e alerta dos riscos da prática do Parkour, leia mais aqui.

Exercícios físicos estão em alta na sociedade moderna, cada vez mais as pessoas estão se preocupando com sua saúde e seus corpos. Vivemos em um tempo onde às vezes a aparência é mais importante do que o conteúdo para algumas pessoas. Entretanto, uma pesquisa da Universidade Cruzeiro do Sul mostrou que exercícios em excesso deixam as pessoas mais suscetíveis à doenças, como gripes e resfriados.

O estudo foi feito com ratos que correram em uma esteira até a exaustão, uma única sessão de treino foi capaz de estimular a apoptose, uma espécie de suicídio, desses animais. A pesquisa concluiu, em resumo, que o esforço físico demasiado diminuía a resistência imunológica do corpo.

O documentário “Como a Terra fez o homem”, do History Channel, explica como o ser humano foi moldado para a corrida, somos os únicos animais que conseguem correr por longos períodos de tempo, fato também apontado pelo autor Christopher McDougall no livro “Nascido para correr”. O ser humano consegue manter uma velocidade em que outros animais quadrúpedes se aqueceriam e cansariam muito mais rápido, algumas tribos africanas utilizam dessa vantagem na chamada caça de perseguição, que consiste basicamente em correr trás de uma presa mais rápida por até alguns dias até que ela se canse, tal técnica data de 2,6 milhões de anos.

David Belle, já citado aqui inúmeras vezes, disse uma vez: “O mais impressionante do Parkour é ver seres humanos agindo de forma diferente do que foram “programados”. É como um jogo, ninguém fez aquilo pensando em você, nós que temos que montar nosso caminho, nosso movimento. Você olha e enxerga o que é possível e impossível, e quanto mais bom senso tiver menos riscos correrá. Quando você se dedica a alguma arte isso te faz ver as coisas de outro modo, compreender a vida, mas precisa de uma medida exata pois o excesso mata... usar e não abusar.

As pessoas hoje em dia somente transferem medo, não passam coragem. Parece que hoje em dia todos vivem com medo, trancam suas portas, parece que não podemos confiar em ninguém.”

Além de ser uma excelente atividade física se praticada sozinho, quando estamos em uma crew desenvolvemos companheirismo e amizades através do esporte. E isto é muito mais importante do que qualquer benefício para a saúde. É um benefício para a mente.


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Independência Jovem

11:37 0 Comments

O jovem está sempre à procura de independência, seja esta financeira ou emocional, não depender ou receber ordens de ninguém é o que move os jovens a serem donos do próprio nariz dentro da sociedade. A rebeldia caminha lado a lado com a vontade de ser independente, causada por uma sensação de falta de liberdade imposta pelos pais, porém é uma fase que passa rápido, tão rápido quanto o Marcos descendo o “Morro da Vó Salvelina”, assim que entra no mundo dos adultos e tem que assumir responsabilidades como trabalho e universidade o jovem rebelde aprende a dar valor as suas conquistas na vida.


Ferris Bueller já dizia “A vida passa muito rápido. Se você não parar e olhar ao redor por um tempo, você pode perdê-la”. O jovem tem sede de vida, é como uma criança curiosa com o cérebro fresco pronto para receber informação, quer conhecer o mundo e tudo que ele tem a oferecer, seja bom ou ruim, aprender com os próprios erros não tem preço, além do mais, cair levantar e recomeçar do zero faz parte da vida, mas é preciso ser forte para manter a cabeça erguida e não deixar o mundão lá fora te engolir.


(Ferris Bueller’s Day Off – 1986, Paramount Studios)

Todo jovem tem um pouco de hedonismo em si, quase como se fosse regra, é sua ética pessoal buscar o que lhe faz bem, festejar a noite inteira sem se preocupar com o dia seguinte, “ouça a música e dance como um louco buscando por autonomia. Deixe seu coração bater”.

É claro que tem momentos na vida em que bate aquele frio na barriga e da vontade de voltar correndo para o ninho, debaixo das asas protetoras da mamãe, mas não é preciso desespero, tudo passa na vida até a juventude passa e não necessariamente se fica velho por conta disso.

Citações: Filme - Ferris Bueller’s Day off.
                 Música: Dead Fish – Autonomia.

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As batalhas de ÉSSI P.

06:46 0 Comments


O movimento Hip Hop é uma das principais formas de expressão artística, cultural e política das juventudes do Brasil. Desde a década de 90, contamos com expoentes nacionais, tais como Racionais MC's, Pavilhão 9, Emicida, entre outros.
Mais do que os astros de renome nacional e internacional, o que constrói o Hip Hop é seu poder de mobilização de bases, formação política, discussão comunitária. Sua mistura de ritmos e sua batida mais acelerada trazem discursos de empoderamento, enfrentamento ao racismo e ao preconceito de classe. 
Enfim, normalmente, nas batalhas aqui do Brasil existe um respeito monstruoso entre os adversários. Mesmo se você não conhece o cara, o próprio clima que envolve um evento como esse te faz respeitá-lo. Por mais que exista muito bairrismo, é bem difícil um MC criticar intensamente o resultado do voto do público (que na maioria dos eventos é quem decide o vencedor). Além disso, existem regras do que você pode e não falar, muitas vezes desclassificando racismo, homofobia, falar mal da mãe e algumas outras coisas.
Sem contar que uma batalha de MC é como um esporte (de preferência um de luta): o seu adversário sabe que você vai “bater” nele e ele sabe que vai ter que se virar a partir disso. Quando você aceita entrar na batalha, você, na maioria das vezes, sabe onde está se metendo. Ou seja, é bem normal humilhar e ser humilhado, mas acabar conhecendo diversas outras pessoas e fazendo uma pá de amigos…
Em nosso grande estado de São Paulo, contamos com praticamente as principais e mais famosas do Brasil, dentre elas:

Rinha dos MC’s, idealizada por DJ DanDan e MC Criolo, é um dos projetos mais autênticos e tradicionais do hip hop Brasileiro. Surgiu há 07 anos, no extremo sul da cidade de São Paulo, vindo da necessidade de ter um espaço para diálogo entre os jovens artistas da região. Inicialmente organizava principalmente as batalha de MC’s, mas trazia outras manifestações artísticas como xadrez, exposições, grafitti show de rap e outros. A Rinha dos MC’s se popularizou tanto que virou um conceito entre as Batalhas de MC’s. Hoje em dia, além das batalhas de freestyle, a Rinha se consolidou como projeto de hip hop promovendo apresentações de grupos de rap e danças urbanas, grafitti, discotecagem e outros, porque acredita que é necessário fomentar todos os elementos do hip hop brasileiro.




Batalha do St. Cruz, Quem é da rua, batalha na rua. Muitos MC’s passaram por lá, entre eles: Rashid, Projota, Emicida, Thiagão, Gapa, Marcello Gugu e outros que contribuíram nas batalhas, na divulgação, semeando o nome e o ideal da Batalha do Santa Cruz. O primeiro encontro aconteceu em 2006, em frente ao Shopping Santa Cruz. Já na sua segunda edição, cerca de 200 pessoas estavam reunidas e segue nesse ritmo até hoje no mesmo local.
Já existem alguns documentários sobre a batalha. O “O Berço da Rima”, por exemplo, é um documentário realizado pela Estilo Livre Produções sem fins lucrativos, com o intuito de colocar em evidência a batalha do santa cruz e o rap nacional, eternizando, assim,  o evento.

Assista, vale a pena conferir !!!




A Batalha da Leste, realizada na plataforma de acesso à Arena Corinthians,  sempre conta com grande número de pessoas que passam pela estação e param para conferir o confronto das duplas, que ocorre de maneira democrática entre homens e mulheres. Segundo as regras de convivência, durante a batalha não é permitido nenhum tipo de ofensa ou palavrões.
A competição teve início no ano de 2011, como conta o criador e organizador, Augusto Oliveira. Segundo ele, a iniciativa surgiu da falta de espaço em celebrar o estilo musical na cidade. “Percebi que muitas das pessoas que participavam das batalhas nos grandes centros moravam na Zona Leste de São Paulo”, disse.





A Batalha Racional (Sexta Free) acontece em frente ao Banco Safra, na Avenida Paulista. Onde milhares de pessoas passam todos os dias, um grupo de MC´s chama atenção. A cada edição, rimas pesadas, o tema é decidido na hora e aí, se vacilar, já era. A cada edição, constante evolução, rimas pesadas e muita informação.






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Um salve aos PartideirosRepentistas e claro os versadores ;)




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Garoa Underground no Brasil

02:35 0 Comments

O cenário underground brasileiro foi fortemente influenciado pelo vizinho maior norte-americano. Tendo a cultura underground surgido e ganhado nome primeiro nos “states” e sendo o esquema de captação cultural do continente americano fortemente dependente não apenas no plano econômico do cenário cultural estado unidense,foi inevitável que num primeiro momento a música, a arte e a produção musical brasileira importassem muito o underground do hemisfério norte.

Mas com o tempo o underground brasileiro foi ganhando o tom e o calor local e dessa mistura se originou o que é conhecido como uma das cenas underground mais ricas do mundo. Vale a pena conferir como essa mescla ocorreu.

The Doors

Já nos anos 60 quando “The Doors” e toda uma contracultura despertava nos jovens norte-americanos e europeus, o Brasil importava arte underground que ao chegar aqui ganhava um franco tom político. A tropicália, um movimento citado em outros textos, por exemplo, recebeu grandes influências de artistas estrangeiros como “The Doors”,”Jimi Hendrix” e “Janis Joplin”. A arte política e anti-moralista brasileira sofreu forte influência dos beatnicks,escritores norte-americanos undergrounds movidos à álcool  e drogas.

Nos anos 70 está fortemente associado ao uso de drogas principalmente a heroína e a busca por espiritualidade como hinduísmo ,além da relação do movimento junto ao rock’n roll. Logo nos anos 80 a musica underground está ligada com o cenário da música punk, uma expressão do pensamento anarquista, a rejeição de qualquer poder exercido, incluindo militarismo, Estado e até mesmo a religião. No final dos anos 80,o underground paulistano adquiriu o movimento gótico.

Escultura de Kevin Titzer’s
Entre os anos 80 e 90 a arte se fez bem presente com influencias dadaístas e surrealistas como o “Lowbrow Art”, movimento artistico underground em artes visuais que surgiu em Los Angeles, Califórnia, nos finais dos anos 1970. Esse movimento teve origem nas revistas de quadrinhos marginais, música punk, hot-rod street culture, e outras subculturas surgidas na Califórnia. A arte Lowbrow muitas vezes brinca com o senso de humor, às vezes com humor inocente e outras sarcástico. A maioria das obras em lowbrow arte são pinturas e desenhos, mas também existem brinquedos, arte digital, e esculturas. No brasil a Lowbrow Arte se distorceu um pouco e foi adotada pelos artistas do graffiti e arte de rua.
Boneca "Blythe Doll", inspirada na Lowbrow Art.
Nos dias de hoje com o advento da globalização as culturas undergrounds de diversos países estão intrinsecamente interligadas, trocando informações e impressões do submundo e sua produção cultural. Os festivais de arte e música exportados de um país a outro são fonte de se conhecer novas influências que impactem positivamente na produção local. Podemos afirmar que o underground é um fruto do cruzamento entre as culturas 
hippies e punk.           

Bandas como TERNO, UDR 666, CSS e STOP PLAY MOON são todas produções brasileiras que tem grande aceitação internacional, provando que agora nós também exportamos talento underground.


Entre você também nesse buraco!

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Emoção entre as danças

17:50 0 Comments

      

Emoção entre as danças



      Muito mais do que deixar o corpo se mover, dançar é sentir. Dançar é traduzir sensações ocultas ao corpo, se emocionar e mostrar isso de dentro pra fora. Toda essa emoção foi muito bem descrita por esse vídeo de John Lennon da Silva, um garoto dançarino de popping (uma vertente do hip hop) http://pt.wikipedia.org/wiki/Popping, em uma adaptação ousada de uma das coreografias mais aclamadas do balé clássico. “A morte do Cisne”, coreografado por Mikhail Fokine para Camille Saint-Saëns e executado pela primeira vez em 1905 na Rússia, foi interpretada aqui por John 
https://www.youtube.com/watch?v=RM2Aio9mvNE, que fez com que o renomado João Wlamir (www.joaowlamir.com.br), bailarino solista e ensaiador do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, chorasse ao assistir.
       Talvez o hip hop seja o avesso do balé ou talvez ele seja apenas uma extensão. O que importa mesmo é que os movimentos do dançarino encham de lágrimas os olhos daqueles que assistem, assim como fez John.





Quer saber mais? Só curtir https://www.facebook.com/ffthood

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"Abre-te! Abre-te! Abre-te"

03:08 0 Comments

A arte musical de Raul Seixas sempre foi acompanhada de marcantes características visuais, assumindo desde o início um viés performático. Constantemente reinventava suas músicas e seu próprio personagem. Em tempos de uma política avessa à liberdade de expressão, levantou questionamentos constantes, incitando o livre direito de realização individual e social, através de suas letras, códigos e figurinos. Sim, também o figurino. Afinal, sabe-se que as roupas dos artistas musicais sempre influenciaram na sua imagem, como por exemplo, os trajes de Madonna que chocavam o mundo, ou os dos Guns and Roses que influenciaram o movimento grunge, Cindy Lauper com suas roupas extravagantes e seus cabelos coloridos, entre tantos outros exemplos.
Geralmente astros com características rebeldes, tendem a influenciar mais, principalmente os jovens. Pois a linguagem visual é inteiramente carregada de símbolos que atingem o subconsciente, revelando muitas intenções, ações, sentimentos e situando o personagem no ambiente social, temporal, regional e cultural. Em seu processo criativo, Raul trabalhava o LP (disco) como uma obra total, abrangendo desde o tema, as letras, as composições, figurinos, até as capas e fotos.
Mas Raul Seixas ‘abusava’ mesmo era de mensagens em suas músicas. Por exemplo, em Ouro de Tolo, falou do sentimento de tédio e ausência de realização pessoal. Carimbador Maluco é uma música anárquica, que ajuda o povo a clamar por eleições diretas, deixando claro o aborrecimento com a ditadura. Em músicas como Por Quem os Sinos Dobram, ele estimula a coragem. Sapato 36 foi escrita metaforicamente para fazer alusão ao regime militar, um opressor e um oprimido. A música Metrô Linha 743 alerta sobre o perigo de ser apanhado pensando e de um possível extermínio como castigo, também ligado à ditadura militar. Mamãe Eu Não Queria, faz crítica ao sacrifício de servir ao exército e morrer pela pátria.
Capa do LP "Abre-te Sésamo"
As pressões contrárias ao livre direito de expressão funcionaram para Raul e muitos artistas como força catalisadora. Desenvolvendo seu processo criativo. E Raul utilizou a metáfora como recurso de camuflagem ideológica diante da censura.  Como ocorria nos palcos, antes de cantar sua sátira à anistia política Abre-Te Sésamo, gritava dezenas de vezes: “Abre-te”, com a platéia em coro, movimentando o braço como um maquinista de trem, como se quisesse abrir caminho para a liberdade com a força daquele gesto.
Na canção Geração da Luz, Raul deixa um ‘testamento’, onde diz que a semente que ajudou a plantar já nasceu, e que vai embora apostando na nova geração, nós. E nos depois de nós.

Raul Seixas, filósofo, escritor, músico, artista, cumpriu com sua tarefa de propôr soluções, e emprestou a voz ao povo para falar de seus direitos. E sua música não fica apenas na área política ou social, mas se aprofunda na tentativa de uma libertação pessoal, para cada um de nós. Seu legado permanece vivo e sua voz está por toda parte, na publicidade, nas novela, filmes e claro, tem sido regravado por muitos cantores brasileiros.


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A tatuagem ditando comportamentos, atitudes e valores

17:03 0 Comments

Vários estereótipos nos vem à cabeça quando falamos de tatuagem, mas na grande maioria das vezes, esses rótulos são ''preconceituosos'', pois as pessoas não sabem o real significado das tatuagens para quem as possui.

A tatuagem não necessariamente dita um tipo de comportamento ou valor que a pessoa tem, isso vem de experiências vividas ao longo do tempo, grupos aos quais pertencemos, aprendizados, crenças, culturas as quais somos submetidos. Cada um tem os seus valores e comportamentos, a tatuagem foi só mais uma atitude que a pessoa teve ao longo da vida.

Alguns grupos usam a tatuagem como forma de identificar seus integrantes, mas a ela não está diretamente ligada ao comportamento deles.

A tatuagem é um símbolo que representa algo, mas não é responsável pelos atos das pessoas, muito menos deve ser usada como desculpa.















                                                                 Someone Like Me

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A FEMINILIDADE NO ASFALTO


    
        Adrenalina na veia, mochila nas costas e um skate na mão, engano seu acreditar que este esporte é realizado exclusivamente por homens. Apenas cinco anos após o surgimento do skate, ou seja, em 1965 nós mulheres já ingressamos nesta aventura, e claro sem perder a feminilidade.


         Patti McGee  foi a pioneira do skate feminino e logo adotou o hobbye como profissão. Durante sua carreira, foi capa da revista Life, onde aparecia fazendo a manobra “handstand”, para os desinformados de plantão, tal manobra consiste em ficar de cabeça para baixo, com as mãos sobre o shape e as pernas eretas. Um tanto radical não acham? E ela não parou por aí, foi capa também da revista Skateboard Magazine e fez um comercial para TV. Além disso, Patti foi campeã  do “Woman’s Title Skateborads Us National” um campeonato que aconteceu nos EUA dedicado às mulheres.



         Na década de 70 o skate deixou de ser apenas brincadeira e passou a se tornar um estilo de vida. Novas pistas, manobras, modalidades e campeonatos foram surgindo dando um tempero especial a esta prática e em meio a todo esse cenário descobre-se uma garota californiana, Kim Cespedes, apaixonada pelo esporte, que se tornou  a primeira  campeã mundial do skate em 1975 em Del Mar e passou a fazer parte de um grupo de skatistas patrocinados pela “Tracker Trucks”. Que vitória, hein!

         Em 1980,  o asfalto brasileiro se transforma  em palco para um espetáculo de manobras com uma pitada de beleza feminina. Mônica Polistchuck, uma das mulheres referencias na década de 80, não apenas realizava manobras mas sim, fazia movimentos elaborados com um nivel de dificuladade elevada         que até os homens ficavam de boca aberta.

         No fim dos anos 80, Leni Cobra conquistou o título mais importante para sua carreira, sendo  a primeira campeã de “Street Style'” em um campeonato realizado em Guaratinguetá .

         Na entrada do século XXI as mulheres foram esquecendo antigos preconceitos e aderindo cada vez mais a este vìcio pelo esporte. A dentista Renata Paschini é uma delas, aos 30 anos pratica o esporte desde os 13 e é vice-campeã mundial do skate na modalidade vertical. Ela acredita que a mulherada ainda não tomou conta totalmente do skate por medo de se machucar devido às quedas que podem ocorrer e teoricamente a mulher é mais frágil neste sentido, porque seria mais sensível a dor. Mas não são as mulheres que enfrentam a dor de um parto? A maior de todas? Vai entender...


          Leticia Bufoni é outra que promete: tem somente 20 anos e já possui duas medalhas de ouro, uma em X-Games e outra nas Olimpiadas dos esportes radicais , além de ser líder do ranking na categoria street do skate há três anos.

         A carioca Christie Aleixo já viajou diversas regiões do país andando de skate e organizando eventos. Em 2011 foi a primeira skatista brasileira no Skate Dowhill a se tornar profissional e hoje tem sua base na capital paulista.


         Agora vamos falar da “It Girl” do momento, Karen Jonz, santista radicada em Santo André, com dois títulos do  circuito mundial e quatro medalhas nos X-Games, Karen é, sem dúvida, umas das melhores skatistas brasileiras. O skate é sinônimo de dedicação e responsabilidade na vida da garota, as brincadeiras na pista a levaram a um título europeu logo em seu primeiro concurso profissional. E ela não parou por aí. Com a ajuda de um amigo, desenvolveu a própria marca, a Monstra Maçã, para a qual produz desenhos, modelos e aos poucos pretende concretizá-la no mercado.

         Pensando em deixar as mulheres menos inseguras em relação a este esporte, estas principais garotas se juntaram e  fundaram  a Associação Feminina de Skate, que é  uma organização não governamental que tem como objetivo divulgar o skate feminino e trazer mais adeptos e adeptas a este esporte.

         Com tantas garotas diferentes, nas mais variadas épocas, acredito que vocês já tenham percebido que nós mulheres viemos para ficar, vemos e praticamos este esporte muito mais do que como um simples hobbye já é um estilo de vida. Então, pegue seu skate e venha para o asfalto fazer manobras incríveís, mas antes não esqueça de curtir nossa página: ROLL IT!

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