O lado positivo e o negativo do esporte

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Tudo nesta vida possui um lado bom e um lado ruim. Essa dualidade das coisas é totalmente natural. Yin e yang, bem e mal, claro e escuro. No caso do Parkour, apesar de trabalhar tanto corpo quanto mente, alguns riscos estão associados à sua pratica, tais como lesões, ossos quebrados e, dependendo do grau de adrenalina que se quer obter, a morte.

Mas como o objetivo do esporte é justamente o Ser e o Durar, ele ensina a refletir sobre nosso corpo e mente, conhecer nossos limites para poder superá-los, vencer nossos medos. Para isso é importante sempre se questionar: “Eu estou pronto para isso?” “Como preciso treinar para alcançar este objetivo?”

Muito da filosofia do Parkour se baseia na superação do corpo, enfrentar os medos e vencê-los. Basicamente uma palavra: superação.

Para algumas pessoas o Durar não é nada sem o Ser. De que adianta viver sem correr riscos? Sem conhecer seus limites? Já outras preferem muito mais o Ser e acabam esquecendo do outro, muitas vezes treinando em demasia e ocasionando lesões sérias, o chamado over training, que resumidamente é o ato de fazer mais exercícios do que o seu corpo é capaz de se recuperar. O mestre Akira já sofreu algumas lesões e alerta dos riscos da prática do Parkour, leia mais aqui.

Exercícios físicos estão em alta na sociedade moderna, cada vez mais as pessoas estão se preocupando com sua saúde e seus corpos. Vivemos em um tempo onde às vezes a aparência é mais importante do que o conteúdo para algumas pessoas. Entretanto, uma pesquisa da Universidade Cruzeiro do Sul mostrou que exercícios em excesso deixam as pessoas mais suscetíveis à doenças, como gripes e resfriados.

O estudo foi feito com ratos que correram em uma esteira até a exaustão, uma única sessão de treino foi capaz de estimular a apoptose, uma espécie de suicídio, desses animais. A pesquisa concluiu, em resumo, que o esforço físico demasiado diminuía a resistência imunológica do corpo.

O documentário “Como a Terra fez o homem”, do History Channel, explica como o ser humano foi moldado para a corrida, somos os únicos animais que conseguem correr por longos períodos de tempo, fato também apontado pelo autor Christopher McDougall no livro “Nascido para correr”. O ser humano consegue manter uma velocidade em que outros animais quadrúpedes se aqueceriam e cansariam muito mais rápido, algumas tribos africanas utilizam dessa vantagem na chamada caça de perseguição, que consiste basicamente em correr trás de uma presa mais rápida por até alguns dias até que ela se canse, tal técnica data de 2,6 milhões de anos.

David Belle, já citado aqui inúmeras vezes, disse uma vez: “O mais impressionante do Parkour é ver seres humanos agindo de forma diferente do que foram “programados”. É como um jogo, ninguém fez aquilo pensando em você, nós que temos que montar nosso caminho, nosso movimento. Você olha e enxerga o que é possível e impossível, e quanto mais bom senso tiver menos riscos correrá. Quando você se dedica a alguma arte isso te faz ver as coisas de outro modo, compreender a vida, mas precisa de uma medida exata pois o excesso mata... usar e não abusar.

As pessoas hoje em dia somente transferem medo, não passam coragem. Parece que hoje em dia todos vivem com medo, trancam suas portas, parece que não podemos confiar em ninguém.”

Além de ser uma excelente atividade física se praticada sozinho, quando estamos em uma crew desenvolvemos companheirismo e amizades através do esporte. E isto é muito mais importante do que qualquer benefício para a saúde. É um benefício para a mente.


Blog de Cultura Jovem

Some say he’s half man half fish, others say he’s more of a seventy/thirty split. Either way he’s a fishy bastard.

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