RIMA COMO REFLEXO NA SOCIEDADE

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As batalhas de rima são vistas com maus olhos pela sociedade, alguns acham que é “coisa de maloqueiro”, outros dizem por aí que é “coisa de quem não tem o que fazer”, enfim, não precisamos de muita pesquisa para debater, pois o preconceito ainda existe na nossa sociedade.  O hip-hop sai das experiências e práticas dos jovens em desvantagem econômica, participantes de uma cultura distinta da ordem predominante marcada por uma série de práticas integradas incluindo as batalhas de rimas, a música e arte visual com o objetivo de disponibilizar espaços para a interação e comunicação de grupos marginalizados, um fórum pelo qual pudessem rever o significado de ser jovem, de mostrar seu talento e incentivar.


Como diz Franz Boas “a cultura é o elemento explicativo da diversidade humana”.  O estudo da história das culturas fornece pistas para que se possa compreender como as culturas se tornaram aquilo que são.  Conhecer a maneira como as culturas se estabeleceu e se firmaram nas sociedades permite entender, através das relações entre indivíduo e sociedade, os fatos individuais, e isso mais que formar leis gerais do desenvolvimento da humanidade sem considerar a reação do indivíduo à cultura, como pretendia a antropologia evolucionista combatida por Boas.




Podemos citar a música do Mc Rael da Rima, que se chama de Sociedade:

Não é só vê... E julgar (tem que cola tem)
Tem que ser... (tem que ser)

Pra se misturar...

Ai vai vê que é nois

Que o rap é voz
Que o reggae é voz
E que o samba... Vai entender de nois
Não é só falar de nois
Porque você com nois nem anda!

Igual a você!


Gosta de julgar com a aparência
Nem parou pra conversar não teve essa competência
Mas tu mudou.. Nem sei o porquê
Será que foi aquelas fitas q eu fiz de TV?
Pra tu vê

Você se assustou né
Do som ate gostou né
Aquele é o filho do Zé?
E a porra do cd quer
Pois é.....

É 20 conto!!!


E aí, está gostando? Quer escutar a música toda? Clica aqui .

A participação em zonas subculturais toma lugar não somente como ruptura, mas também como algo que é importante para si mesmo, para os quais esses jovens são preparados para dar energia, concentração, tempo e imaginação.  A existência das subculturas juvenis acaba assumindo um papel muito mais acessível no social, dando margem para novas leituras e que podem levar a violação de códigos comportamentais, quebras de leis, consciência de classe, enfim, abrindo sempre planos para se refletir uma nova normalização da sociedade.


A construção poética das batalhas de freestyle no Brasil - como um dos principais pilares de um movimento cultural e artístico, o hip-hop , tem se esforçado na tentativa de denunciar e apontar soluções para situações que tendem a não progredir neste país,  como a pobreza, a violência urbana, a violência policial, a discriminação racial, o resgate da autoestima dos afro-brasileiros, as altas taxas de desemprego, a desigualdade entre o pobre e o rico, o uso das drogas, a falência da rede educacional, chacinas, dentre outros graves quadros resultantes de processos históricos de exploração e exclusão. É para atuar contra a opressão que as batalhas vêm retratando a realidade social numa luta pelo fortalecimento das bases públicas.


A batalha para os jovens serve como uma vitrine para novos talentos. Ao ir até o local onde acontece o evento, e dele participar, os jovens trocam experiências, conversam sobre a cultura que querem modificar e a que pretendem fortalecer, compartilham pensamentos. A Batalha à Capella, podemos dizer,  é a raiz do hip hop, a essência em que se juntam todos os elementos desse complexo  contexto, estando dentro da música ou não.

Já diz Marcelo D2Porque quem versa versa não fica de conversa ... E se tem pressa rima melhor porque se estressa..

 E você, ainda tem algum preconceito com a prática?

Cute nossa página e fica por dentro desse assunto, a cultura hip hop agradece ;)




Blog de Cultura Jovem

Some say he’s half man half fish, others say he’s more of a seventy/thirty split. Either way he’s a fishy bastard.

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