RIMA COMO REFLEXO NA SOCIEDADE
As batalhas de rima são vistas com maus olhos pela sociedade, alguns acham que é “coisa de maloqueiro”, outros dizem por aí que é “coisa de quem não tem o que fazer”, enfim, não precisamos de muita pesquisa para debater, pois o preconceito ainda existe na nossa sociedade. O hip-hop sai das experiências e práticas dos jovens em desvantagem econômica, participantes de uma cultura distinta da ordem predominante marcada por uma série de práticas integradas incluindo as batalhas de rimas, a música e arte visual com o objetivo de disponibilizar espaços para a interação e comunicação de grupos marginalizados, um fórum pelo qual pudessem rever o significado de ser jovem, de mostrar seu talento e incentivar.
Podemos citar
a música do Mc Rael da Rima, que se chama de Sociedade:
Não é só vê... E julgar (tem que cola tem)
Tem que ser... (tem que ser)
Tem que ser... (tem que ser)
Pra se misturar...
Ai vai vê que é nois
Que o rap é voz
Que o reggae é voz
E que o samba... Vai entender de nois
Não é só falar de nois
Porque você com nois nem anda!
Igual a você!
Gosta de julgar com a aparência
Nem parou pra conversar não teve essa competência
Mas tu mudou.. Nem sei o porquê
Será que foi aquelas fitas q eu fiz de TV?
Pra tu vê
Você se assustou né
Do som ate gostou né
Do som ate gostou né
Aquele é o filho do Zé?
E a porra do cd quer
Pois é.....
É 20 conto!!!
E aí, está gostando? Quer escutar a música toda? Clica aqui .
A participação em zonas subculturais toma lugar não somente
como ruptura, mas também como algo que é importante para si mesmo, para os
quais esses jovens são preparados para dar energia, concentração, tempo e
imaginação. A existência das subculturas
juvenis acaba assumindo um papel muito mais acessível no social, dando margem
para novas leituras e que podem levar a violação de códigos comportamentais,
quebras de leis, consciência de classe, enfim, abrindo sempre planos para se
refletir uma nova normalização da sociedade.
A construção poética das batalhas de freestyle no Brasil -
como um dos principais pilares de um movimento cultural e artístico, o hip-hop ,
tem se esforçado na tentativa de denunciar e apontar soluções para situações que
tendem a não progredir neste país, como
a pobreza, a violência urbana, a violência policial, a discriminação racial, o
resgate da autoestima dos afro-brasileiros, as altas taxas de desemprego, a
desigualdade entre o pobre e o rico, o uso das drogas, a falência da rede
educacional, chacinas, dentre outros graves quadros resultantes de processos históricos de exploração e exclusão. É para atuar contra a opressão que as batalhas
vêm retratando a realidade social numa luta pelo fortalecimento das bases públicas.
A batalha para os jovens serve como uma vitrine para novos
talentos. Ao ir até o local onde acontece o evento, e dele participar, os jovens
trocam experiências, conversam sobre a cultura que querem modificar e a que
pretendem fortalecer, compartilham pensamentos. A Batalha à Capella, podemos
dizer, é a raiz do hip hop, a essência em
que se juntam todos os elementos desse complexo contexto, estando dentro da música ou não.
Já diz Marcelo D2: Porque quem versa versa não fica de conversa ... E se tem pressa rima melhor porque se estressa..
E você, ainda tem algum preconceito com a prática?
Cute nossa página e fica por dentro desse assunto, a cultura hip hop agradece ;)
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